A preguiça do retorno

Aproveitei as férias de janeiro para domar o monstro da preguiça e retornar à corrida. Eu sabia que seria difícil, mas não fazia ideia do quanto sofreria para recuperar o meu condicionamento. A alma não esquece o quanto já correu e crê ser possível ir além do que o corpo aguenta.

Dizem que há a memória muscular, mas acho que tenho apenas uma vaga lembrança do que já fui. Cada 500 m corridos parecem quilômetros do tanto que se sofre para voltar. Eu insisto porque acho inadmissível levar uma vida sedentária, deixando o corpo engordar em frente à TV. Aliás, engordar em frente à TV é o que tenho feito.

E fiz com tanta excelência que já posso me aposentar da boa vida que levei neste últimos 9, 10 meses. Engraçado é que , fisicamente, não me sinto bem. O peso da idade cai matando em cima de quem não se exercita. Antes, as dores musculares dos treinos pesados do que me sentir velha e entrevada.

Engordei mesmo. E agora tenho que carregar estes quilos a mais de banha.

Estive na academia Santé. Acho que devo acelerar o processo de emagrecimento e recondicionamento. Morro de medo de me amarrar nestes planos semestrais. Mas vai ser o jeito. Snifff

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Socorro, 2014!

Este blog está largado às traças, assim como o corpo da pessoa que vos fala. Não corro faz meses por displicência, malemolência, demência… Uma preguiça, uma vontade de fazer nada cheia de remorso.

A parada total na minha vida atlética me rendeu vários quilos a mais. Eu não me reconheço. Só sei que sou eu , esta pessoa gorducha,  porque não entro nas minhas roupas.  Virei a mulher em dobro.

Correr está muito em alta. Todo mundo corre ou finge que corre. Pelo menos, conversa-se muito sobre o assunto e gregos e troianos se inscrevem nas corridas. Lembro-me de uma amiga que me dizia… “Eu gosto é do migué”.

Referia-se ao antes e depois da corrida em si. Ver e ser vista, tirar muita foto de corredora para postar nas redes sociais. A moda pegou.

Enquanto minha gordura sedentária se esparrama na cadeira, ouço as conversas sempre empolgadas sobre corrida.

Não caí na real que me afastei deste mundo. O meu mundo. Ensaiei a cada semana o meu retorno. Mas sempre uma desculpa me aparecia para adiar. Creio que agora já deu. Não faço promessas de ano novo, mas planejei a minha volta para este mês.

Janeiro é um mês lindo, solar. Mês das minhas férias. Uma pessoa de férias não tem desculpa a dar. Eu quero tudo de volta. Meu condicionamento, meu corpo, minhas amizades.

Comprei shorts de corrida tamanho M, carreguei o Garmin e não voltei. Chega, né? Chega de prometer aos amigos aparecer no treino e furar. Sinto muita falta de lavar a alma no suor do meu corpo.

Eu me entreguei ao mundo dos carboidratos. Troquei a alimentação saudável pela trash. Como tudo cheia de satisfação e remorso ao mesmo tempo. Snif.

Socorro, 2014! Quero deixar para trás este histórico infame de preguiça.  Durante estes últimos meses, optei pelo caminho mais fácil.  Eu só preciso dar o primeiro passo.

 

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Ensaio sobre o retorno

Algumas eventualidades da vida, às vezes, nos fazem deixar de lado coisas que a gente ama. Inacreditavelmente, conto pelo menos uns 4 meses que não corro. Mas desde o primeiro dia de sabotagem de treino, eu sabia que não podia virar as costas ao meu destino.

Seria uma questão de tempo a minha volta, porque um bom filho à corrida retorna. O corpo sente falta, mas a alma sente mais que isto. Em todos os dias não corridos eu sempre soube que precisava voltar.

Você sente que não dá mais para adiar o retorno quando começa a sonhar que está correndo. Ai, que falta de correr ao vento. Das endorfinas… Humpf

Depois de tanto tempo, acho que não consigo correr nem 1 km. Meu corpo vai sentir o impacto do abandono… Mas minha alma não vai acreditar e vai seguir na luta. Estou muito curiosa para saber quem vencerá.

Estou precisando da minha sessão de terapia de calçada. Recarregar o gps, o ipod e as minhas energias.

 

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Preparando-me para a batalha

Saaaaaiiiii, preguiça, este corpo não te pertence! E nem este pneu de caminhão que estacionou na minha cintura… Ai… O mundo é uma tentação em forma de queijos maturados gordos, risotos, massas e vinhos.

Muito difícil se livrar de gordura extra quando não se para de consumí-la. Mas quem vai resistir a um queijinho holandês? Aiiiii! É até pecado se negar a tamanho deleite.
O melhor que tenho a fazer pelo bem da minha estética e saúde(sim, nesta ordem) é tomar vergonha na cara e não hesitar nem por 1 minuto. Calçar os tênis e partir para o treino de hoje.

A segunda tentação da minha vida se chama Kindle recheado de livros incríveis. Meu
Deus!!! O Kindle é a melhor invenção depois da escova definitiva. AHAHAHA Minha biblioteca de livros reais está com os dias contados. Nenhuma árvore será mais derrubada por minha causa.

Estou lendo como nunca. Mas devo agradecer também à Glória Perez por fazer uma novela tão chata. 🙂

Vamos treinar!!!!

 

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Não é para os fracos

Se eu tivesse mais dignidade e menos paixão eu me aposentava da corrida. Mas me parece que ou se tem uma coisa ou se tem outra. Nunca as duas juntas. Falta-me dignidade, por isto insisto em correr.

Diminuir o ritmo ou parar por tanto tempo compromete demais o nosso rendimento. E pior… Compromete a nossa disposição para voltar.

Retomei os treinos regulares para reeducar o meu corpo e a mente na atividade física. Mas eu sofro por ter menos fôlego e mais cansaço. Mas sei que vou melhorar se tiver paciência. O problema é que a falta de confiança me faz perguntar sempre porque ainda corro. Óbvio que não penso em parar, mas a frequência com que me pergunto isto à medida que forço para diminuir o pace me chateia.

Nestas horas de fraqueza espiritual, o melhor remédio é a presença dos amigos te incentivando a ir além. Ou de outros te passando dando tchauzinho com cara de quem não está nem um pouco cansado. Eu, realmente, não sei se o que me diverte mais são as minhas vitórias pessoais ou a minha vitória sobre os outros. Ou as outras. hehehe

Corrida é um esporte muito competitivo e embora muita gente disfarce os seus desejos mais sórdidos, ter um pace melhor que o dos coleguinhas e fazer carinha blasé de “não dou importância porque te passei” é um dos grandes baratos do esporte.

Vitórias são frutos dos nossos esforços e dedicação. Neste momento, minha guerra é comigo mesma, como a maioria das vezes é. Luta interna, em busca de superação. Ter alguns anos de corrida nas costas sempre conta a nosso favor. Afinal, a nossa única certeza é que correr não é para os fracos.

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Retorno oficial da Jedi

Deu-se, pois, o meu retorno oficial às corridas. Completei heroicamente os 10km da tradicional, infernal, calorenta (e calorosa) Corrida das Pontes. Este ano, estreando um desafio a mais: sem água!

Por mais surreal que pareça, faltou o líquido mais imprescindível para um corredor de aventura. Óbvio que correr nestas condições climáticas é uma aventura. Sem água é quase um atentado à vida.

Muita gente fez metade do percurso, mas eu estava amolando facão nos dentes. Era a minha volta. Tinha que terminar por questão de honra. E terminei para a minha glória pessoal. Num pace ridículo, mas que representou a minha obstinação. Depois de um ano ou mais de estaleiro forçado.

A propósito, agradeço a Nuno pela água que me deu quase no fim da corrida. Meu Deus! Se ele me negasse aquela gota de salvação acho que tinha me acabado. Estava com 2 metros de língua de fora.. E aquela aguinha abençoada me salvou… Logo depois encontrei o povo da Health e mais água! Ufa!

Pois é. Parece que voltei. HAHAHA Parece. Como eu sei que a minha anatomia não me favorece a dinâmica da corrida, tenho que ficar sempre de olho.

Por enquanto, a minha única pretensão é ter segurança nos 10km. E readaptar o corpo à quilometragem para que não sinta dores nem preguiça. Retornar é uma dificuldade grande, porque o corpo tá lento, enferrujado e preguiçoso.

Dos males, a preguiça é o maior. Ando tão preguiçosa que engordei. E agora tenho que arrastar uns 3 kgs a mais de peso. Treino passado, Humberto pegou na minha banha e disse: “nunca te vi assim”. AHAHAHA Rindo porque sei que a safadeza está com os dias contados.

Metade do mês começo em outra academia. Estou indo para a R2. Espero me divertir e contar novos causos.

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A difícil arte de malhar sem parecer uma piriguete

Ontem, em mais um momento contemplativo da fauna da academia, tive uma revelação importantíssima acerca do piriguetismo. Ser piriguete é um estado de espírito que vai muito além da roupa que se veste.

Se você é aprendiz de piriguete (ou já exerce) e caiu neste blog por acaso, há de concordar comigo. Não basta usar uma malha de ginástica colada na bundjinha para se dizer do babado. Tem que ter borogodó, um jeito sacana de vestir uma burca e parecer uma devassa.

Uma loura (a mesma de sempre citada neste blog ) foi a causadora deste momento catártico. Torneava-lhe os músculos uma calça que eu mesma usaria, mas nela… Nela tinha um quê qualquer de sacanagem que me constrangia como uma piada suja envergonharia uma donzela. Não, não… não sou santa e nem pretendo ser. Se eu fosse um personagem de Jorge Amado, não seria aquela a mandar fechar o puteiro. O leitor fique tranquilo.

Mas a loura é demais, menino. É demais.

Confesso que esta descoberta sobre o piriguetismo me aliviou. Ando encucada com uma compra que fiz.  Antes que alguém me imagine em roupas de fazer corar um padre, pare já! Tá, vai… Comprei (e usei) uma vestimenta pra lá de ousada… uma calça rosa metálica (calça de cirré) que tem me gerado um certo conflito na hora de vestir.

Tá na moda. É divertido, mas na hora de adquirir a peça cometi o erro grave de não fazer a clássica pergunta : A Kate Midleton usaria? Bem, se é rosa e metálico ao mesmo tempo, acho que nem preciso responder. É muita ousadia fashion.

Ontem eu mais que vi, eu senti que posso usar o que quiser. A pessoa faz a roupa e não a roupa faz a pessoa. É tudo uma questão de bom senso. Enquanto fazia meus agachamentos no Hack (odeio, por sinal) me mirava no espelho.

Continuo me achando uma lady, not a tramp. Obrigada, galega.

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Passo a passo

Ainda não contei para ninguém , mas a quem interessar possa, corri 8 km na semana passada. Estou bem perto dos 10 km desejados para as Pontes! Oh, my God! Será que esta escriba persistente que vos fala conseguirá esta proeza?

A minha memória genética faz com que eu creia no potencial dos meus pulmões e pernas como se não houvesse ontem, mas a verdade é que o destreino pesa neste retorno da guerreira. Minha capacidade cardiorrespiratória  e muscular em geral ainda não está 100% readaptada ao esforço pretendido. Tampouco o meu psicológico colabora. Obviamente, continua afetado pelo trauma prolongado.

O corpo , apesar de se viciar nas endorfinas, tende a sabotar a atividade física.  A experiência nestas horas conta muito. Eu conheço o processo e sei que o primeiro desafio a vencer é o da mente, sempre.

Estava correndo entre 5 e 6 km . Acrescentar qualquer km  a mais é dureza. Uma área do cérebro desperta “diante do perigo” e diz que você não pode. O corpo reage da pior maneira possível.  Na minha última batalha corredora x pista os pés incharam, esquentaram, pesaram…  Achei que o joelho apitaria novamente, que o fôlego faltaria… Uffffff

Até que deixei bem claro que quem manda neste corpo sou EU. Um ser superior, extracorpóreo que bota ordem na casa quando os ratos pensam que tomam conta. A alegria de vencer o desafio pretendido é muito maior que qualquer sufoco passageiro. A cada pisada sofrida um novo comando de “vai, você pode”.

Nada me impede de cumprir minha meta, exceto a dor DAQUILO que não quero falar o nome. Espero que não volte. Cada quilômetro que venço , agradeço a Deus por ter, finalmente, me permitido correr um pouco mais.

Mas  sei que o músculo está lá, suscetível …À espreita de um vacilo meu. Corro agora com esta sombra a me perseguir. Não me sinto muito segura. Ainda. Quem sabe o tempo não cura tudo de vez? Hoje à noite inauguro meus tênis novos.

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A pisada é esta.

Claro que eu não sabia qual era o meu tipo de pisada até me lesionar. Depois de chorar e me descabelar , fazer promessa e me submeter a todo tipo de tratamento durante 8 longos meses, finalmente tomei vergonha na cara.

Semana passada, fui à loja de corrida Fartlek, na Jaqueira, e fiz o bendito teste. Uma fisioterapeuta filmou a minha corrida em cima da esteira e depois tascou o veredicto: pisada pronada.

Estava lá a verdade, o pezinho pronador sobrecarregando minhas articulações de joelho e quadril. Que mau , pica pau.

Segundo informação da fisioterapeuta, o meu modelo Prophecy da Mizuno suporta todo tipo de pisada, mas o ideal seria comprar tênis específicos. Achei muito pertinente a opinião da moça e a prova estava lá às vistas de quem quisesse ver: meu pé toca o solo com o calcanhar levemente para dentro. Quem diria! Eu não diria.

Eu não tenho que dizer é nada, quem tem que dizer é um especialista. Mas meu perfil de corredor é o do autodidata metido. Que entende de tudo um pouco e no fim das contas não entende á nada. kkkkk Ok, mentira. Eu me acho a nutricionista, doutora, fisioterapeuta & personal trainner de mim mesma.

Quando alguém quer me dar uma mão eu agradeço. Mas que não seja uma mão boba, porque eu sou muito esperta, embora alguém possa não acreditar imediatamente no que vê. Muahuahuahua (risada malévola).

Saí da loja doidinha pra comprar um novo par de tênis, mas queria um Adidas  por indicação dos professores e de Pio, outro corredor autodidata que consegue ser mais especialista que eu , e, claro, corre muito mais. KKKKK

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De volta pro aconchego dos treinos

Se o que vale é a intenção, eu até tive vontade de correr. Mas o carnaval de Pernambuco é uma maratona para quem gosta de brincar. Não que eu seja a personificação da alegria, mas aproveitei muito o período momesco.

O que gosto mesmo é do lúdico da fantasia. De deixar que o “eu lírico” assuma as rédeas da imaginação e seja o que quiser.  Se pudesse, traria as cores do carnaval para o resto do ano. Sou muito P & B, mas a minha alma é colorida. Colorida e, por incrível que pareça, adepta da paz e do amor longe do barulho das festas. Prefiro.

Na terça-feira gorda eu já havia pedido as contas da folia. Larguei tudo e me entreguei a um merecido descanso recheado de ócio e literatura. Estou lendo meu primeiro livro no Ipad. O bicho fica aceso no escuro e até vira a pagininha. Que me chicoteiem os tradicionalistas, mas comprar livros num click é muito prático. Carregar a biblioteca para todo lugar, também é.

A tecnologia me fez mais leitora. Confesso que não tenho mais coragem de comprar livros reais. Ai! Vou às livrarias somente para folhear os livros que comprarei no formato digital. Embora nem tudo esteja disponível em ebook e o preço não seja amygo.

Hoje retomarei os treinos. Estou muito otimista e querendo correr atrás do prejuízo das calorias extras. Hoje senti a calça jeans subir apertada. Resultado dos petiscos, das massas e refrigerantes aos quais me entreguei sem dó. Estou feliz de estar de volta à minha rotina. Saravá!

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